quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Cinco candidatos se enfrentam em debate ao Governo do Maranhão


O debate da TV Mirante/ Rede Globo com os candidatos a governador marcou ontem a fase final da campanha eleitoral no Maranhão e não demonstrou conteúdo para influenciar no pleito de domingo. Os adversários não conseguiram – como esperavam – transformar a governadora Roseana Sarney (PMDB) em alvo principal e ainda foram surpreendidos pela boa perfomance de Saulo Arcangelli (PSOL), que estabeleceu claramente a diferença entre ele e os demais concorrentes. Foi de Arcangeli o momento mais tenso do programa, quando enquadrou o candidato do PCdoB, Flávio Dino, que não conseguiu responder a uma pergunta sobre a administração do seu aliado Humberto Coutinho (PDT) – apesar de o questionamento ter sido feito por duas vezes.
Os candidatos Jackson Lago (PDT) e Marcos Silva (PSTU) tiveram a atuação apagada. O primeiro demonstrando desconhecimento sobre sua administração; o segundo, por se aceitar em um papel de coadjuvante dos candidatos pedetista e comunista.
Jackson Lago foi o primeiro a perguntar e escolheu Roseana Sarney para falar sobre o PAC-Rio Anil, dentro do tema “políticas sociais”. Ele questionou a adversária sobre a suposta paralisação das obras, após o início do seu governo. “Isso não é verdade. O PAC Rio Anil nunca parou. Aliás, o senhor mesmo é testemunha de que eu terminei todas as obras que o senhor deixou inacabadas, como a ponte do rio Tocantins, a rodoviária de Imperatriz e o Estádio Frei Epifânio”, disse a governadora.
Em seguida, Roseana perguntou a Flávio Dino sobre Saúde, que questionou Saulo Arcangeli sobre educação e este fez pergunta a Marcos Silva sobre segurança. O bloco terminou com a pergunta de Silva para Jackson, sobre esporte. Começou aí uma postura complacente do candidato do PSTU, que ignorou o fato de o ex-governado ter abandonado as obras do Costa Rodrigues e do Castelão.

Co-piloto - Ocorreu no segundo bloco, com perguntas de tema livre, o momento mais tenso do debate. Saulo Arcangeli quis saber de Flávio Dino se ele adotaria, em um eventual governo, a política do aliado Humberto Coutinho, prefeito de Caxias – que repassou os recursos da área da saúde a uma fundação que leva seu nome. Incomodado, Dino não respondeu à pergunta e tentou criticar a do adversário.
    “Infelizmente, o senhor não respondeu à minha pergunta”, cobrou o candidato do PSol, que retrucou: “Ele (Humberto Coutinho) vai ser o co-piloto, como o senhor mesmo disse?”. Constrangido, o comunista tentou explicar que, ao falar de co-piloto, estava referindo-se a “um governo compartilhado, como vários co-pilotos”. Mas continuou sem responder à pergunta inicial.
A partir daí, o debate seguiu sem maiores emoções. Mostrou um Jackson Lago perdido no tempo ao falar de turismo, quando resolveu defender seu plano de entregar o Portal dos Lençóis ao Ceará e a elogiar a cidade de Jericoacara (CE). Flávio Dino manteve o ar professoral por todo o programa. Marcos Silva continuou posicionando-se de forma complacente com os dois.
Ao fim do programa, outro momento forte: Roseana fez questão de citar nominalmente cada um de seus parentes – pai, mãe, filhos, netos, irmãos – e reafirmar seu orgulho por eles e pelo Maranhão. “Aqui eu nasci, me criei e aprendi a amar o meu povo”, afirmou ela, para concluir: “Peço a você o voto e prometo fazer o melhor governo da minha vida”.


Fonte: Jornal O Estado do Maranhão / texto: Marco Aurélio D’Eça

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